quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Seminário Cultura & Políticas Públicas: a conexão acadêmica de 12 a 14 setembro 2012

Seminário Cultura & Políticas Públicas: a conexão acadêmica
12 a 14 setembro 2012


Abertura: 12 de setembro de 2012
18h, na Sala da Congregação da Escola de Música, UFRJ

Programação principal: 
quinta e sexta-feira, 13 e 14 de setembro de 2012
9h às 18h- Salão Pedro Calmon, Fórum de Ciência e Cultura, UFRJ


Na medida em que as certezas sobre a natureza e importância contemporâneas do conhecimento se abalam e se transformam, a harmonia em torno do que a universidade faz e sua importância para o país é colocada em xeque.
Por outro lado, o tema das políticas culturais já é conhecido, mas a universidade avançou pouco no exame de seu papel, best practices e as novas possibilidades diante do novo quadro político da cultura.
Este seminário propõe a discussão desse ponto cego, com a participação de pesquisadores, gestores e ativistas (muitos dos quais exercem ou já exerceram mais de um desses papeis). 
São pessoas comprometidas com projetos e debates que tangem as atuais políticas de cultura e o problema da democratização da sociedade brasileira. 
O propósito é de rever a atual situação da academia, no nexo de relações entre o Estado e a sociedade civil em que atores acadêmicos vêm tendo um papel importante e mutante, nos últimos anos e décadas.
O debate enfocará também o impacto sobre o pensamento universitário brasileiro das novas políticas de inclusão e massificação da educação superior.
O evento é fruto do projeto interinstitucional "Democratização Cultural e Políticas Públicas: um debate interdisciplinar", realizado entre a UFRJ (EM e ECO), UFF (História) e UERJ (Letras) e financiado pelo edital 12/2008 (Pró-Cultura) da CAPES. Entrada franca.


PROGRAMAÇÃO 

Quarta-feira, 12 de setembro, às 18h, na Escola de Música da UFRJ, na Lapa. 

ABERTURA 

“Poder sentar um pouco à beira da estrada” - Marcio Meirelles, Diretor do Teatro Vila Velha e ex-Secretário de Cultura da Bahia 

Quinta-feira, 13 de setembro, das 9h às 12h30 

AÇÕES, CONCEITOS E POLÍTICAS DE PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL: A INSERÇÃO ACADÊMICA EM QUESTÃO. 

A adoção pelo Brasil de uma política de “Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem o patrimônio cultural brasileiro” em 2000 representou um passo importante na mobilização em plano nacional de indivíduos, grupos, entidades e comunidades produtoras de saberes e fazeres de reconhecida importância à conformação de valores culturais em âmbito regional ou nacional. Ao produzir conhecimento potencialmente crítico sobre saberes e fazeres, simultaneamente atento à história das práticas a serem tomadas como objeto das políticas e às transformações em curso nas lutas cotidianas dos indivíduos e comunidades envolvidas, o mundo acadêmico tem sido desde então acionado a cumprir papel de intermediação entre ideais e práticas muitas vezes conflitantes entre os diversos atores envolvidos em políticas de PCI. 

Ao painel interessam questões como: 

1) Como se posicionar academicamente diante dos conflitos ético-políticos e conceituais mais frequentes em torno das políticas de PCI? 

2) Quais seriam os modos através dos quais o poder público, interesses privados, organizações sociais e movimentos independentes têm se relacionado com a academia no que tange a políticas de PCI? 

3) Haveria visões alternativas entre os diversos atores das políticas de PCI (movimentos, entidades, poder público) sobre qual papel das instâncias acadêmicas nesses processos? 

Marta Zambrano – Departamento de Antropologia da Universidad Nacional de Colombia 

Claudia Marcia – Centro de Folclore e Cultura Popular, IPHAN, MinC 

Antônio Carlos Vieira – Museu da Maré, Rio de Janeiro 

Spirito Santo – Grupo Vissungo e Musikfabrik, curso livre da UERJ 

Moderação: Samuel Araújo – Escola de Música da UFRJ 


Quinta-feira, 13 de setembro, das 14h30 às 18h 

OUTRAS EPISTEMOLOGIAS E A ACADEMIA 

Há crescente consciência de que o conhecimento não é tão somente uma questão cerebral, mas deriva de muitos outros fatores e dimensões. Recorrentemente, na história cultural brasileira, os modos de pensar logocêntricos e de cunho iluminista têm sido colocados em questão pelos mais diversos atores sociais, não só entre intelectuais universitários. O esforço de entender a contribuição ao conhecimento de outros modos de pensar, na atual conjuntura brasileira, é o que anima este painel. Este momento, em que há um esforço de “massificar” a educação superior e cotas sociais e raciais são instituídas para minorar a homogeneidade sócio-racial da população estudantil, é propício para pensar como o próprio conhecimento universitário pode ser transformado com a inclusão de outras epistemologias e metodologias que normalmente são consideradas marginais ou mesmo externas à academia. Este painel poderá levantar as seguintes questões: 

1. A efetiva possibilidade de diálogo entre as noções de conhecimento que ocupam o imaginário universitário e outras possibilidades do pensar como as presentes nos conhecimentos tradicionais, nas artes e nas subjetividades construídas através do corpo? 

2. Diante das diversas experiências presentes no panorama contemporâneo e a crescente perspectiva de inclusão de estudantes com trajetórias de aprendizado que contrastam com as expectativas predominantes, como conceber um projeto de educação superior? 

3. Que experiência acumulada poderia servir de base a esse projeto? 

José Jorge de Carvalho – Departamento de Antropologia da UnB 

Rosângela Araújo – Faculdade de Educação da UFBA 

Rosângela de Tugny – Escola de Música da UFMG 

Júlio Tavares – Departamento de Antropologia da UFF 

Moderação: Liv Sovik – Escola de Comunicação/ Programa Avançado de Cultura Contemporânea, FCC, UFRJ 


Sexta-feira, 14 de setembro, das 9h às 12h30 

A CULTURA COMO ALAVANCA DO DESENVOLVIMENTO: A ATUAÇÃO DA UNIVERSIDADE 

Desde as lutas contra governos autoritários em diversas partes da América Latina nos anos 60, 70 e 80, a ação cultural aparece como chave para a ampliação do espaço democrático e o desenvolvimento socioeconômico, atraindo a atenção e participação de intelectuais universitários. Em décadas mais recentes, ao passo que o Estado vem delineando políticas culturais que almejam democratizar o acesso aos bens culturais, esses intelectuais têm agido em projetos culturais populares, muitas vezes em parceria com o Estado ou com financiamento empresarial, seja estatal ou privado. Esta mesa propõe uma reflexão sobre o papel da universidade no desenvolvimento socioeconômico da sociedade brasileira, a partir das atividades culturais em que esses intelectuais se envolvem. 
Como avaliar as experiências acumuladas, aí incluindo processos, produtos e formas de financiamento? 
Qual é a contribuição específica do conhecimento acadêmico na articulação entre cultura e desenvolvimento socioeconômico? 
Quais os possíveis reflexos de iniciativas culturais visando o desenvolvimento socioeconômico sobre a política local e regional? 

Cláudia Pfeiffer – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ 

Heloisa Buarque de Hollanda – Programa Avançado de Cultura Contemporânea, FCC, UFRJ 

Paul Heritage – Teatro, Queen Mary University of London / People’s Palace Projects 

Silvia Esteves – Ex-diretora de Bibliotecas e Centros Culturais da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte 

Centros Culturais Populares, Prefeitura de Belo Horizonte 

Moderação: Victor Hugo Adler Pereira – Instituto de Letras da UERJ 


Sexta-feira, 14 de setembro, das 14h30 às 18h 

MODELOS DE GOVERNANÇA, ACADEMIA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL 

A crescente visibilidade das relações existentes entre políticas governamentais para a cultura e as diversas esferas de ação social a partir de interesses públicos e privados expõe igualmente a participação da área acadêmica nessa relação assentada sobre muitas tensões e embates, diante dos quais é muitas vezes difícil posicionar-se com neutralidade ou distanciamento. 

Pergunta-se nesta mesa: 

É efetivamente possível ao mundo acadêmico manter pressupostos constitutivos de distanciamento e neutralidade na análise das políticas culturais? 
Seriam as colaborações propostas por iniciativa do Estado, mercado e sociedade civil um caminho em si promissor de mudança social para algo melhor ou tão somente um meio utilitário de obter aval do mundo acadêmico a ações nem sempre justificáveis no âmbito de um debate efetivamente público pouco ou nada impactantes como fatores de mudança? 
Seria o caso de o mundo acadêmico empreender autocrítica e superar seus pressupostos atualmente hegemônicos de distanciamento e neutralidade e tomar a si papel mais propositivo? Se for o caso de se tornar mais propositivo, como o fazer sem pretender substituir o papel das demais instâncias envolvidas no debate e ação culturais? 

Edson Cardoso – Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Governo Federal 

Eliane Costa – Programa Avançado de Cultura Contemporânea, FCC, UFRJ 

Albino Rubim – Secretário de Cultura do Estado da Bahia Moderação: Adriana Facina – Departamento de História da UFF




Organização do Seminário: 

Samuel Araújo – Escola de Música da UFRJ & Liv Sovik – Escola de Comunicação/Programa Avançado de Cultura Contemporânea, FCC, UFRJ 

Assistente: Camila Lima – Escola de Comunicação da UFRJ 

Pesquisadores principais do projeto interinstitucional "Democratização Cultural e Políticas Públicas: um debate interdisciplinar": 

Samuel Araújo – Escola de Música da UFRJ (Coordenador) 

Adriana Facina – Departamento de História da UFF 

Liv Sovik – Escola de Comunicação/ Programa Avançado de Cultura Contemporânea, FCC, UFRJ 

Victor Hugo Adler Pereira – Instituto de Letras da UERJ 


Apoio: 

CAPES 

PACC/FCC/UFRJ 



Realização: 

UFRJ (EM e ECo) 

UFF (História) 

UERJ (Letras) 


Endereços Sala da Congregação da Escola de Música, UFRJ
Rua do Passeio, 98 – Centro – RJ
(21) 2240-1391 | 2532-4649

Salão Pedro Calmon
Av. Pasteur, 250, 2º andar
Palácio Universitário do Campus da Praia Vermelha.
(21) 2295-2346

quinta-feira, 31 de maio de 2012

III Seminário Internacio​nal Políticas Culturais

O III Seminário Internacio​nal Políticas Culturais está previsto para 19, 20 e 21 de setembro de 2012, na Fundação Casa de Rui Barbosa/FCRB. O Setor de Pesquisa de Política e Culturas Comparadas está recebendo artigos até o dia 04 de junho, exclusivamente através do email: politica.cultural@rb.gov.br 
As normas de submissão constam no folder abaixo e no site da Casa Rui.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Ocupação do Teatro Duse/ FUNARTE

Os editais de ocupação dos espaços da Funarte já são conhecidos. No último sábado foi a vez do Teatro Funarte Duse - Casa de Paschoal Carlos Magno, em Santa Teresa, Rio de Janeiro.

O espaço foi aberto com o  projeto “Teatro de animação: os bonecos pedem passagem” e terá atividades gratuitas de quarta-feira a domingo, entre os meses de abril e agosto.


A programação pode ser conferida no site abaixo:
http://www.funarte.gov.br/teatro/bonecos-e-populacao-formam-cortejo-musical-no-rio-de-janeiro/

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Lançamento do livro "Poesia Favela in Livro"

Será lançado no dia 24 de abril de 2012, o livro  Poesia Favela in Livro, com organização do Prof. Dr. Victor Hugo Adler Pereira (Programa de incentivo à leitura da UERJ/LerUERJ), da Profa Dra. Adriana Facina (Observatório da Indústria Cultural/UFF) e de Mirna Aragão (Programa de incentivo à leitura da UERJ/LerUERJ). A publicação contou com o apoio do projeto de pesquisa 'Democratização e políticas públicas para a cultura: um debate interdisciplinar' contemplado pelo Edital Pró-Cultura CAPES-MinC de 2009 e do qual participam os professores Victor Hugo e Adriana, membros do RAP (Reflexão, Ação e Política).

O livro é fruto do evento Poesia Favela: A poesia se constrói onde há espaço que ocorreu em 20 de outubro de 2010, na UERJ.

O lançamento do Poesia Favela in Livro ocorrerá no Auditório 111 da UERJ, Campus Maracanã, a partir das 18h.

III Encontro de Formadores do Projeto Agentes de Leitura

No dia 15 de abril de 2012 ocorrerá o III Encontro de Formadores do Projeto Agentes de Leitura – Por que a gente é Agente. O evento será realizado na PUC-Rio através da Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio, e inclui o Curso de Formação dos Formadores dos Agentes de Leitura – projeto em parceria MINC/Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio, que se estenderá até o dia 20 de abril. A programação pode ser conferida no site:


http://www.catedra.puc-rio.br/portal/formacao/eventos/iii_encontro_de_formadores_do_projeto_agentes_de_leitura/

domingo, 1 de abril de 2012

III Seminário Internacional de Políticas Culturais: chamada de trabalhos

A 3a edição do Seminário Internacional de Políticas Culturais, organizado pelo Setor de Pesquisa de Política e Culturas Comparadas da Fundação Casa de Rui Barbosa, será realizada em setembro de 2012.

O  envio de trabalhos deverá ser feito por e-mail, entre 1º de maio e 4 de junho de 2012.

Inscrições: politica.cultural@rb.gov.br, constando em "assunto": submissão de artigo.



As normas para submissão de trabalhos estão no site: 
http://www.casaruibarbosa.gov.br/interna.php?page=materia&ID_S=9&NM_Secao=not%C3%ADcias&ID_M=2218

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ENECULT 2012

O VIII Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult) está com data marcada: 8 a 10 de agosto de 2012, Salvador/BA. 

O envio de trabalhos deve ser realizado entre 01/03 e 18/04. Estão previstos 13 eixos temáticos: 

 

Culturas e mídias; 

Políticas culturais; 

Culturas e desenvolvimentos; 

Formação, gestão e produção cultural; 

Culturas digitais, direitos autorais e culturais; 

Patrimônios culturais e memórias;

Culturas, cidades e territórios; 

Culturas e América Latina; 

Culturas, religiões e etnicidade; 

Culturas, gêneros e sexualidades; 

Culturas e artes; 

Narrativas audiovisuais; 

Culturas e músicas. 

 

As submissões podem ser realizadas através do site www.enecult.ufba.br

 

Fonte: http://www.cult.ufba.br/wordpress/?p=1135


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sobre pontos de cultura

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada/IPEA disponibiliza em seu site (http://www.ipea.gov.br/digital/)
várias publicações online. Há pelo menos dois livros sobre políticas culturais no site: Pontos de Cultura: olhares sobre o Programa Cultura Viva e Cultura Viva: a prática de pontos e pontões , ambos de 2011.

Pontos de Cultura: olhares sobre o Programa Cultura Viva foi organizado pelos pesquisadores Frederico Barbosa/IPEA e Lia Calabre/FCRB e contou com apresentação de Marcio Pochmann, Presidente do Ipea. O livro reuni trabalhos apresentados no I Seminário o Programa Cultura Viva e os Pontos de Cultura: novos objetos de estudo, realizado em 2009 na Fundação Casa de Rui Barbosa/FCRB e é dividido nos seguintes capítulos: Capítulo 1, Cultura viva e o digital, trabalho de Frederico A. Barbosa da Silva; Capítulo 2, O Programa Cultura Viva e a diversidade cultural, trabalho de José Márcio Barros e Paula Ziviani; Capítulo 3, Indicadores para políticas culturais de proximidade: o caso Prêmio Cultura Viva, de Liliana Sousa e Silva; Capítulo 4, Ação Agente Cultura Viva: contribuições para uma política cultural de juventude, de Luana Vilutis; Capítulo 5, A Ação Griô: uma proposta política nacional, trabalho de Juliana Lopes; Capítulo 6, Formulação de políticas culturais: as leis de incentivo e o Programa Cultura Viva, trabalho de Eduardo Gomor dos Santos; Capítulo 7, Política cultural de inserção social?, de João Guerreiro; Capítulo 8, Política pública cultural e desenvolvimento local: análise do Ponto de Cultura Estrela de Ouro de Aliança, em Pernambuco, de César de Mendonça Pereira; e Capítulo 9, Território e territorialidades da rede Cultura Viva na região Sul: Programa Cultura Viva/Ministério da Cultura, de Patrícia Dorneles.

Já o livro Cultura Viva: a prática de pontos e pontões foi organizado pela Coordenação de Cultura do IPEA, com apresentação de Marcio Pochmann, Presidente do Ipea, e Anna de Hollanda, Ministra da Cultura. O livro é resultado da segunda avaliação coordenada pelo Ipea do Programa Arte, Cultura e Cidadania – Cultura Viva, de responsabilidade do Ministério da Cultura (MinC). Segundo os apresentadores: “O principal objetivo deste trabalho foi o de produzir uma reflexão crítica e avaliativa a respeito do que foi realizado pelo programa ao longo de seus quase sete anos de existência. A abordagem adotada foi a de analisar as práticas culturais e institucionais das organizações e das associações que fazem ou fizeram parte do programa Cultura Viva – e não focar nos processos de gestão do MinC –, deixando vir à tona a visão de pontos e pontões de cultura”.


REFERÊNCIAS
Pontos de Cultura: olhares sobre o Programa Cultura Viva . Organização: Frederico Barbosa e Lia Calabre. Brasília: Ipea, 2011.
Cultura Viva: a prática de pontos e pontões. Organização Ipea, Coordenação de Cultura,
Brasília: Ipea, 2011.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

POESIA FAVELA: A poesia se constrói onde há espaço

Está previsto para 2012 o lançamento de Poesia Favela in livro que reuni poesias e artigos apresentados no evento Poesia Favela: A poesia se constrói onde há espaço que ocorreu em 20 de outubro de 2010, no Teatro Noel Rosa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Cartaz do evento em 2010

O evento foi organizado pelos membros do RAP, o Prof. Dr. Victor Hugo Adler Pereira (Programa de incentivo à leitura da UERJ/LerUERJ) e a Profa Dra. Adriana Facina (Observatório da Indústria Cultural/UFF) que abriram as portas da UERJ para um “encontro-ocupação da universidade”. Segundo o Prof. Victor Hugo, a UERJ foi escolhida como palco do evento devido “à posição estratégica do campus na cidade, como via para os subúrbios e proximidade com muitas favelas populosas”. (Fonte: http://poesiafavela.blogspot.com/).


O Prof. Victor Hugo e a Profa Adriana Facina apresentando um dos artisitas do evento

Na ocasião, a programação do Poesia Favela contou com a roda de conversa “Literatura na periferia: produzir, publicar, difundir”que reuniu Éle Semog (poeta), Nelson Maca (poeta e organizador do sarau Bem Black, em Salvador), Érica Nascimento (USP) e Maria Maciel (Proler) e sob a coordenação do Prof. Dr. Victor Hugo Adler Pereira.

O Prof. Victor Hugo na coordenação da mesa Literatura na periferia: produzir, publicar, difundir

Houve ainda um sarau literário em homenagem à poetisa Carolina Maria de Jesus, com a participação de Severino Honorato, Deley de Acari, Semog, Valéria Barbosa, Nelson Maca, Denis Rubra, Mc Fill, Mc Mano Teco, Mc Leonardo, Mc Pingo e Mc Gas-Pa, e uma batalha de rima com o Coletivo Cultural Comando Selva.

Artistas se apresentam no palco do Teatro da UERJ

Enquanto aguardamos a versão do evento in livro, podemos conferir outras informações no blog do Poesia Favela organizado pela coordenadora pedagógica do LerUERJ, Mirna Aragão, que também é organizadora do evento e do livro. Acessem www.poesiafavela.blogspot.com

Participantes do Poesia Favela no Teatro Noel Rosa/ UERJ

domingo, 8 de janeiro de 2012

ICTM - International Council for Traditional Music

Música e dança movimentaram o cenário de St. John, no Canadá, em julho de 2011, quando ocorreu na cidade a 41ª Conferência Mundial do International Council for Traditional Music (ICTM) e o SOUNDshift Festival, reunindo pesquisadores e músicos de diversos lugares do mundo.

Dentre os delegados do evento, destacamos a presença do Prof. Samuel Araújo/UFRJ, coordenador do projeto Democratização e políticas públicas para a cultura: um debate interdisciplinar (PróCultura CAPES/MinC). Em 17 de julho, no Memorial University, o professor participou da sessão plenária Dialogic Knowledge Production: Ethics and Impact, com o trabalho "Music, Politics and Citizenship: The Scholar in the Public Sector", e da sessão Safeguarding Living culture. The State of Affairs as Regards the 2003 UNESCO Convention, com estudos de caso selecionados dos impactos locais da política de patrimônio imaterial envolvendo culturas musicais. Além de Araújo, UFRJ/Brasil, e de Proschan Franco, da Unesco, participaram da sessão Safeguarding Living culture pesquisadores da Noruega, dos Países Baixos, da França, da Estônia, da Coréia e dos EUA. 


Intervenção do Prof. Samuel Araújo em sessão plenária do ICTM
Segue o resumo da intervenção do Prof. Samuel Araújo na plenária Safeguarding Living culture. The State of Affairs as Regards the 2003 UNESCO Convention:
LONG-TERM PARTICIPATORY PROCESSES VS. SHORT-TERM POLITICAL PRAGMATISM CONCERNING INTANGIBLE CULTURAL HERITAGE POLICIES - This short intervention will raise how much of the current obstacles that have led UNESCO officials themselves to voice harsh criticisms concerning the institution’s ICH actions may be related to national policies designed in accordance with short-term governmental goals as opposed to longer-term state social policies. More often than not, this has hindered the participatory role of the involved communities, with or without assistance from scholars, in defining their objectives and criteria regarding participation in ICH candidacies. This approach usually entails an open-ended, self-reflexive process, in other words a potential risk to political immediacy and control.

Site do evento com link para a programação geral:

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Políticas Culturais na América Latina em dois momentos: Colombia e Porto Rico

O Instituto Colombiano de Antropologia e História, em parceria com a Universidad de los Andes, a Universidad Nacional e a Universidad Central promoveu no Projeto Mercado, Consumo y Patrimonialización: agentes sociales y expansión de las industrias culturales en Colombia realizado em Bogotá nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2011. Além de discutir aspectos das políticas culturais na Colombia, o evento contou com a presença de palestrantes estrangeiros como o Prof. Samuel Araújo da UFRJ e a Profa Regina Abreu da UniRio.

Convite do evento Mercado, Consumo y Patrimonialización...

O Prof. Samuel Araújo, coordenador do projeto “Democratização e políticas públicas para a cultura: um debate interdisciplinar” (PróCultura CAPES-MinC) foi debatedor convidado no Projeto "Mercado, Consumo y Patrimonialización...” e também apresentou o trabalho "Entre muros, vallas y vehiculos blindados; las políticas públicas y el patrimonio sonoro en la ciudad", no dia 18 de fevereiro, na Biblioteca Luis Ángel Arango, em Bogotá.

Outro evento sobre políticas culturais na América Latina que destacamos aqui foi o Simpósio Internacional Interacciones Creativas, que ocorreu em Porto Rico, em 2010.

O Prof. Samuel Araújo fez a conferência inaugural do Simpósio na Universidade de Porto Rico, com o trabalho “Sonidos urbanos y cambio social: una experiencia de investigación-acción participativa en Río de Janeiro”, em 29 de abril de 2010. Dias antes, o professor realizou a palestra "Música, política e cidadania; o acadêmico na gestão pública e na performance" no Centro de Investigaciones Sociales/CIS, em San Juan.

O Prof. Araújo no Interacciones Creativas

O simpósio foi promovido pelo Mestrado em Gestão Cultural desta universidade e contou ainda com a colaboração do Centro de Investigaciones Sociales/CIS, do Conselho Artístico de Porto Rico, do CaribNet, do Teatro Estudio Yerbabruja, do Museu de História, Antropologia e Arte da UPR e do Centro de Estudos Avançados de Porto Rico e do Caribe. A programação do evento pode ser conferida no Blog Mapa Cultural Del PR Contemporâneo que também disponibiliza vídeos com as conferências do evento.

Público no Interacciones Creativas


Programação:
 http://mapacultural.wordpress.com/2010/04/22/interacciones-creativas-2010/

Vídeos:
 http://mapacultural.wordpress.com/category/videos/page/4/

Notícias relacionadas:

http://mapacultural.wordpress.com/2010/04/22/interacciones-creativas-2010/

http://mapacultural.wordpress.com/2010/04/26/musica-politicas-culturales-y-proyectos-universidad-comunidad-en-brasil/

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

RAP no Enecult

A participação do RAP nas edições do ENECULT entre 2010 e 2011.
O Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT) em conjunto com a Universidade Federal da Bahia (UFBa), realizam anualmente os Encontros de Estudos Multidisciplinares em Cultura/Enecults, em Salvador/BA.


No VI Enecult, realizado em maio de 2010, o RAP formou a mesa coordenada Democratização cultural e políticas públicas: um debate interdisciplinar cujo objetivo foi “debater conceitos e práticas que fundamentam as políticas públicas para a cultura”. Os pesquisadores Samuel Araújo (Laboratório de Etnomusicologia/UFRJ), Adriana Facina (Observatório da Indústria Cultural/UFF), Liv Sovik (Escola de Comunicação/UFRJ) e Victor Hugo Pereira (LerUERJ/UERJ), reunidos nesta mesa, são membros do grupo de pesquisa RAP (Reflexão, Ação e Política) que “se organizam em torno do projeto de pesquisa 'Democratização e políticas públicas para a cultura: um debate interdisciplinar' com apoio do Edital Pró-Cultura CAPES-MinC de 2009" (Fonte: www.cult.ufba.br/wordpress/24458.pdf). Os trabalhos apresentados foram os seguintes: Sobre perfumes e essências: o lugar da cultura na história - Adriana Facina; Pensar a democratização da cultura com Stuart Hall é "voltar-se violentamente para a conjuntura"- Liv Sovik; A dança, a música e os conformes: nota crítica sobre produção de conhecimento, políticas públicas e gestão cultural – Samuel Araújo; Habitus cultural e leitura na pobreza - Victor Hugo Pereira, Aline Deyques, Gustavo Guenzburguer e Rogério F. de Souza.

Em agosto de 2011, na sétima edição do evento, o RAP formou a mesa coordenada Dilemas da transição: para onde vão as políticas públicas para a cultura?, onde foram discutidas as políticas públicas para a cultura e sua relação com a educação, o fomento à leitura, o turismo e o patrimônio cultural. Foram apresentados os seguintes trabalhos: Cultura, pesquisa acadêmica e gestão pública: avanços e percalços do processo democrático no Brasil recente - Samuel Araújo; Políticas culturais viastas "de baixo": um relato da experiência do curso de formação de agentes culturais populares - Adriana Facina; A literatura e a República: as políticas para a leitura e a instabilidade do cânone - Victor Hugo Pereira; A casa de Chica da Silva em Diamantina: turismo, história e identidade - Liv Sovik.

Todos os trabalhos estão disponíveis no site do evento: http://www.cult.ufba.br/.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Dissertações: Democratização Cultural e Políticas Públicas

Membros do RAP e alunos de Programas de Pós-Graduação da UFRJ e UERJ, Alexandre Dias da Silva, Aline Deyques Vieira, Thiago Araújo Ansel e Victor Neves de Souza defenderam recentemente suas dissertações. Segue breve descrição de seus trabalhos:

Alexandre Dias da Silva concluíu o Mestrado em Musicologia (Etnografia das Práticas Musicais) pela UFRJ em junho desse ano. Seu trabalho "A Maré no Ritmo das ONGs: uma análise sobre o papel das oficinas musicais das Organizações Não-Governamentais do bairro Maré no Rio de Janeiro" foi orientado pelo Prof. Dr. Samuel Araújo Jr. e participaram da banca examinadora a Profa. Dra. Sara Cohen e o Prof. Dr. Edilberto José de Macedo Fonseca.

RESUMO: A Maré no Ritmo das ONGs: uma análise sobre o papel das oficinas musicais das Organizações Não-Governamentais do bairro Maré no Rio de Janeiro
"Nos dias atuais, diversas comunidades formadas por populações com baixo poder aquisitivo são 'alvo' de programas e iniciativas que buscam amenizar os males gerados pela desigualdade social no Brasil. Essas ações possuem quase sempre o objetivo de formar cidadania através de propostas variadas, e, dentre elas, merecem destaque as escolhas relacionadas à arte, e à música em particular. Na presente pesquisa, busco entender os processos e projetos que proporcionam, e em certos momentos priorizam, ações sociais através de oficinas de música em espaços favelizados, geralmente no âmbito das Organizações Não -Governamentais. Para tanto, estabeleço como estudo de caso a atuação de duas ONGs no conjunto de favelas da Maré no Rio de Janeiro e as oficinas musicais dessas instituições, cujo objetivo, expresso em suas justificativas oficiais, visa proporcionar aos sujeitos desses espaços ações para a cidadania. Considero central nessa pesquisa, os aspetos relacionados à dinâmica das oficinas a partir das negociações e conflitos entre as expectativas dos oficineiros, das ONGs e dos alunos, além da minha condição de observador participante, nativo, morador da Maré e aluno de uma dessas oficinas".

Aline Deyques Vieira concluíu o Mestrado em Letras (Teoria da Literatura e Literatura Comparada) pela UERJ em março de 2011. Seu trabalho "O clarim dos marginalizados - a literatura marginal/periférica na literatura brasileira contemporânea" foi orientado pela Profa. Dra. Maria Aparecida Ferreira de Andrade Salgueiro e participaram da banca examinadora o Prof. Dr. Victor Hugo Adler Pereira e o Prof. Dr. José Luis Giovanoni Fornos.

RESUMO: O clarim dos marginalizados - a literatura marginal/periférica na literatura brasileira contemporânea
"O objetivo principal da dissertação foi problematizar a questão da literatura marginal/periférica e apresentá-la no âmbito da literatura e das culturas. Para a construção do trabalho foram utilizados teóricos que trabalham conceitos de cultura não cristalizados, tais como Cultura Popular, Cultura de Elite e Cultura de Massa, tendo em vista uma concepção de mercado e de socialização da arte. Ao mesmo tempo, a fim de inserir este novo movimento literário no âmbito das artes e das instituições, foram feitas entrevistas e utilizadas obras literárias de três autores (Ferréz, Alessandro Buso e Allan de Rosa) e de uma autora (Elizandra Souza que atuam na cena literária marginal/periférica. Para sua concretização, o estudo toma como referências as indagações e as recepções diante das culturas e da indústria cultural, ao traçar um panorama de como este movimento vem atuando na Literatura Brasileira Contemporânea".

Thiago Araújo Ansel concluíu o Mestrado em Comunicação pela UFRJ, também em 2011. Seu trabalho "Novos Mediadores, Representações da Favela e Produção Cotidiana da Identidade do Favelado" foi orientado pela Profa. Dra. Liv Sovik e participaram da banca examinadora a Profa. Dra. Ivana Bentes e o Prof. Dr. Júlio Tavares.

RESUMO: Novos Mediadores, Representações da Favela e Produção Cotidiana da Identidade do 'Favelado'
"Esta dissertação busca responder a perguntas como: o que significa ser favelado hoje? Que vantagens e desvantagens políticas esta identidade passa a ter com as recentes transformações nos cenários político e midiático? Através de textos midiáticos se investiga como determinados movimentos de jovens de periferias e favelas, como a Central Única de Favelas (Cufa), constroem novas possibilidades para o que significa ser favelado, sobretudo, no diálogo com a grande mídia. Como exemplo de tais estratégias toma-se a exibição, em 19 de março de 2006, do documentário Falcão: meninos do tráfico, realizado pela Cufa, no programa Fantástico da Rede Globo de televisão, e os  debates sobre representação da favela que o episódio suscitou na mídia e entre acadêmicos. Além dos diferentes discursos em torno de Falcão, são ainda analisadas outras práticas discursivas comuns a certos grupos de jovens favelados como a Cufa - chamados aqui genericamente de novos mediadores. 'O que é ser favelado?' será a indagação dirigida também a pessoas comuns, moradoras de uma área favelizada da Zona Norte do Rio de Janeiro, o Complexo da Cidade Alta, por meio de trabalho de campo realizado no local. O objetivo é com isto mapear os diferentes discursos identitários, sejam os dos referidos movimentos de jovens de favela, com destaque para os da Cufa; os da mídia; os de parte da intelectualidade; e os de moradores de uma favela; procurando assim evidenciar a rede discursiva complexa e descontínua que vem sustentar os significados de ser favelado hoje".


Victor Neves de Souza concluíu o Mestrado em Serviço Social pela UFRJ em 2010. Seu trabalho "'Novo desenvolvimentismo' brasileiro e democratização da cultura: o caso do Programa Cultura Viva" foi orientado pelo Prof. Dr. João Paulo Netto e participaram da banca examinadora o Prof. Dr. Carlos Nelson Coutinho e o Prof. Dr. Samuel Araújo Jr.

RESUMO: "Novo desenvolvimentismo" brasileiro e democratização da cultura: o caso do Programa Cultura Viva
"A presente dissertação procurou extrair do materialismo histórico um conjunto de categorias capazes de dar conta do enquadramento adequado da política cultural como política de Estado. Para isso foi necessário buscar apreender, de uma parte, as especificidades da cultura pensada como conhecimento, em geral, e criação estética, em particular, e, de outra, da inserção da cultura no quadro das relações Estado/sociedade, de forma a poder pensar o complexo de problemas relacionados às políticas culturais no marco das políticas públicas. enfocamos alguns dos desdobramentos, no Brasil, da crescente visibilidade da bandeira da democratização da cultura como meio para a 'inclusão social'. Prospectamos o impacto desta tendência no financiamento às políticas culturais nos dois mandatos do atual governo, e estabelecemos sua relação com o modelo liberal periférico ou 'novo desenvolvimentista' em implementação no país, indicando mudanças e persistências em relação ao padrão anteriormente adotada na área".



quinta-feira, 19 de maio de 2011

RAP promove palesta com Ana Maria Ochoa, da Columbia Univesity

O Laboratório de Etnomusicologia da UFRJ (LE) e o Grupo de Pesquisas Reflexão, Ação e Política (RAP), com apoio do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e no âmbito do projeto Democratização e Políticas Públicas para a Cultura; Um Debate Interdisciplinar (Edital Pró-Cultura CAPES-MinC), tem o prazer de convidar o público em geral a participar do primeiro evento da série Música em Debate IX:

Palestra da Profª Dra. Ana Maria Ochoa, da Columbia University, Nova York (EUA), falando dos embates que levam à colaboração entre comunidades, artistas e acadêmicos face às políticas públicas para a cultura em curso na Colômbia.

O Que: Música em Debate IX - Palestra com Ana Maria Ochoa, Columbia Univerasity

Quando: Dia 10 de junho de 2011, 10 horas

Onde: Sala da Congragação da Escola de Música da UFRJ, Rua do Passeio 98, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Informações: Setor Artístico da EM-UFRJ, Tel. 2262-8742 (Geral) - Ramal 30

Música em Debate IX - Palestra com Ana Maria Ochoa

O Laboratório de Etnomusicologia da UFRJ (LE) e o Grupo de Pesquisas Reflexão, Ação e Política (RAP), com apoio do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e no âmbito do projeto Democratização e Políticas Públicas para a Cultura; Um Debate Interdisciplinar (Edital Pró-Cultura CAPES-MinC), tem o prazer de convidar o público em geral a participar do primeiro evento da série Música em Debate IX:

Palestra da Profª Dra. Ana Maria Ochoa, da Columbia University, Nova York (EUA), falando dos embates que levam à colaboração entre comunidades, artistas e acadêmicos face às políticas públicas para a cultura em curso na Colômbia.

O Que: Música em Debate IX - Palestra com Ana Maria Ochoa, Columbia Univerasity

Quando: Dia 10 de junho de 2011, 10 horas

Onde: Sala da Congragação da Escola de Música da UFRJ, Rua do Passeio 98, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Informações: Setor Artístico da EM-UFRJ, Tel. 2262-8742 (Geral) - Ramal 30

domingo, 10 de outubro de 2010

Calendário do RAP

Poesia Favela
20 de outubro de 2010 - 09 horas

Reunião do RAP
22 de outubro de 2010 - 13 horas

Reunião do RAP
05 de novembro de 2010 - 14 horas 

Reunião do RAP
19 de novembro de 2010 - 14 horas 

ERABET
27 de novembro de 2010 - 09 horas 

ERABET
28 de novembro de 2010 - 09 horas

Reunião do RAP
03 de dezembro de 2010 - 14 horas

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cultura e Ação Pública

O Globo
PRIMEIRO CADERNO - 21/09/2010, p.7. 
Cultura e ação pública

PAULO SÉRGIO DUARTE

Desde 1985, com a criação do Ministério da Cultura, há um problema na formulação das políticas públicas de cultura: fomos levados a um divórcio entre educação e cultura. O novo ministério serviu bem como balcão de atendimento às reivindicações das diversas corporações culturais, atende artistas e produtores e nos últimos oito anos ampliou essa assistência a um público que nunca teve acesso ao Estado. As leis de incentivo à cultura por meio da renúncia fiscal podem ser aperfeiçoadas, mas funcionaram. Entretanto, a questão crucial não foi enfrentada desde 1985: a participação da cultura na formulação das políticas públicas educacionais. 
E vou mais longe: a participação da cultura em projetos sociais, como os de urbanismo e habitação e os de alimentação. O fato é que a política cultural não pensa a nação fora do gueto das diversas corporações, algumas com lobistas profissionais. 
O forte investimento que o Brasil fizer em educação nas próximas décadas terá resultados lamentáveis se mantidos os paradigmas atuais. Só se pensa na capacitação técnico-científica e o problema não se resolve ao embutir nos currículos disciplinas artísticas como arte, música e dança. Isso é necessário, mas não suficiente. Trata-se de formar os professores das mais diversas disciplinas – matemática, ciências, línguas, história, geografia, educação física - com ênfase nos aspectos culturais que podem ser explorados em seus projetos didáticos. Os laboratórios de currículos das secretarias de educação têm que ser capacitados para isso. Quando existem, não estão preparados e isso deverá ser objeto de um investimento rigoroso. É todo um processo que se constitui num grande desafio para a política cultural das próximas décadas. O cidadão do mundo contemporâneo resolverá melhor suas dificuldades se junto com a especialização tiver uma percepção adequada da complexidade local e global, ou como se costumava dizer, em termos mais antigos, das particularidades e da totalidade. A formação de professores bem remunerados deverá ser a atenção primordial mas sem a dimensão cultural e a habilidade de tratá-la em diferentes disciplinas pouco adiantará para melhorar o que vem por aí. 
O caso da ausência da dimensão cultural na formulação dos projetos sociais aponta para as tragédias que estamos construindo. Tomemos o exemplo mais banal do urbanismo, da habitação e do saneamento. Encontrado um terreno plano, traça-se um projeto ortogonal de vielas ou ruas verticais e horizontais, que se entrecruzam, e lá são construídas habitações de arquitetura pífia. Para quem mora embaixo da ponte é um ganho enorme, mas levar o miserável a habitar um verdadeiro campo de concentração forma cidadania? Porque não pensar todos, literalmente todos os projetos de habitação popular, como locais aprazíveis, com desenho de ruas agradáveis, um projeto de paisagismo com arborização adequada e locais de lazer e equipamentos de saúde, de educação e cultura necessários para uma vida pobre mas digna dentro das novas exigências de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente? O que se constrói hoje é uma indústria da depressão e da marginalização da população pobre, locais vulneráveis à violência e a toda forma de achaques, de traficantes, de milícias, de funcionários corruptos e de políticos demagogos. 
A redução de custos desses projetos, a médio prazo, custa muito mais caro a toda a sociedade.
E não esqueçamos que é tempo de a dimensão cultural entrar na política de alimentação. Pode parecer absurdo, mas depois do Fome Zero é importante pensar na qualidade da alimentação num processo dele educação alimentar das populações mais pobre e, de novo, a política cultural terá que encontrar um nicho para se meter nesse assunto: o que comem os brasileiros pobres. 
Esses são desafios para uma política cultural mais abrangente do que a que vem sendo executada há mais de duas décadas. Sem uma sinergia positiva entre os diversos ministérios e o Ministério da Cultura não sairemos dos limites atuais. E essa sinergia só se produzirá a partir da vontade expressa do futuro presidente da República, como plano permanente de governo. 

PAULO SERGIO DUARTE é professor e pesquisador do Centro de Estudos Sociais Aplicados da Universidade Candido Mendes.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O lugar instável das vozes periféricas. Ensaio seminal da indiana Gayatri Spivak discute a representação política e estética de segmentos marginalizados

O Globo. Caderno “Prosa & Verso”. 24/07/2010

Resenha de: Gayatri Spivak. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: UFMG, 133p.

Liv Sovik*

Do período entre meados de 1970 e meados de 1990, propício para a reflexão teórica na esteira dos movimentos de 68 e da crise do modelo capitalista do início dos 70, ainda são leituras obrigatórias para o pensamento sobre cultura textos de Foucault, Deleuze e Derrida; García Canclini, Martín Barbero; Edward Said, Stuart Hall, Paul Gilroy, Homi Bhabha, Andreas Huyssen e Fredric Jameson. A essa constelação de estrelas faltava, há algum tempo, a tradução ao português da indiana radicada nos Estados Unidos, Gayatri Spivak, e de seu texto seminal, Pode o subalterno falar?, que sai agora em livro “pocket” pela Editora UFMG. Publicado originalmente em 1988 com quarenta e poucas densas páginas em inglês, o texto foi então anunciado como “uma investigação da interseção da teoria da representação e da economia política do capitalismo global”, visando “uma compreensão das relações contemporâneas de poder e do papel do intelectual ocidental nelas”.

No mundo universitário brasileiro, o texto já é conhecido, mas não muito estudado por causa da barreira da língua. Circula sobretudo porque na pergunta do título ecoa o tema perene da representação política e estética de segmentos marginalizados. Em um país desigual como o Brasil, cuja vitalidade cultural é tão prontamente atribuída ao “povo”, esse povo intervém, ele fala através de suas representações políticas e estéticas? Quando a resposta da autora é resumida em um “não”, o que tem sido comum, na ausência de tradução, não se faz justiça à operação exploratória da pergunta e dos lugares de fala de atores envolvidos em respondê-la, nem à valorização, no final, de uma “intervenção prática” do subalterno, em lugar de um discurso legível para o intelectual. O “não” de Spivak é complexo e o texto é difícil de entender, pois ela lança mão de suas muitas leituras, cria, inclusive, uma insólita convivência de Marx e Althusser com a desconstrução e elabora verdades em nada unívocas. Mas o texto merece estudo paciente e aprofundado por quem se interessa pelas tensões inerentes à relação entre o pensamento e as causas dos “outros” ou quer uma nova (apesar dos 22 anos passados) perspectiva para o debate teórico sobre a questão do sujeito.

Em uma terra em que Michel Foucault e Gilles Deleuze muitas vezes são lidos como referenciais de verdade, não pode deixar de instigar a discussão que Spivak empreende sobre “Os intelectuais e o poder: conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze”, para ela uma “interação amigável entre dois filósofos ativistas da história porque desfaz a oposição entre a produção teórica da autoridade e a prática conversacional desprevenida, permitindo-nos vislumbrar a trilha da ideologia” (p.21). Spivak afirma que esses críticos do sujeito soberano fazem um “deslize verbal” quando falam do que “’realmente acontece’” ou da teoria como mais uma prática (uma “caixa de ferramentas”), pois obliteram o interesse e a dimensão econômica do poder, enfatizando a dimensão do desejo, e privilegiam as “micrologias” às custas de uma teoria de interesses e de ideologia. Acabam reinaugurando um Sujeito indivisível implicitamente europeu, afirma Spivak.

Isso pode soar golpe baixo contra os mestres da teoria francesa, afinal uma conversa não é uma amostra fiel da obra. Ou pode parecer uma operação ressentida, realizada desde a periferia indiana das origens de Spivak. Mas o texto não permite pegar a autora em flagrante dessa maneira, pois ela não só contesta a falta de questionamento sobre o lugar de fala ocidental, por Foucault e Deleuze, mas considera seus próprios interesses e defende, por render uma compreensão menos ingênua ou utópica, a desconstrução de Jacques Derrida, cuja obra Da gramatologia ela traduziu ao inglês. “Derrida não invoca que ‘se deixe o(s) outro(s) falar por si mesmo(s)’, mas, ao invés, faz um ‘apelo’ ou ‘chamado’ ao quase-outro (tout-autre em oposição a um outro autoconsolidado), para ‘tornar delirante aquela voz interior que é a voz do outro em nós” (p.83).

Spivak ainda retoma Foucault para identificar a violência epistêmica não só com a redefinição da sanidade, no final do século 18 na Europa, mas com a subjugação do conhecimento e “a obliteração assimétrica do rastro desse Outro [colonial] em sua precária Subje-tividade” (p.47). Ao focar “a clínica, o asilo, a prisão, a universidade”, Foucault e Deleuze produziriam “uma tela alegórica que impede uma leitura das narrativas mais amplas do imperialismo” (p.76). A vantagem apresentada pela desconstrução de Derrida seria que ajuda a entender, dentro dos parâmetros da especificidade empírica dos discursos, “a mecânica da constituição do Outro” pelo Sujeito europeu (p.84).

A passagem mais memorável do texto está no final, quando Spivak encontra uma resolução para a pergunta do título e a seguinte: “O que a elite deve fazer para estar atenta à construção contínua do subalterno?” Spivak adota a recomendação de Derrida de “’tornar delirante aquela voz interior que é a voz do outro em nós’” (p.83) e a “psicanálise selvagem” de Freud. Analisa o sati, a auto-imolação das viúvas (figuras femininas, portanto, duplamente “à sombra”, porque silenciadas também pelo patriarcado local), a partir de uma frase que resume a justificativa do projeto colonial na Índia: “homens brancos estão salvando mulheres de pele escura de homens de pele escura” (p.91).

No momento da primeira publicação de Pode o subalterno falar? talvez fosse necessário relembrar a viagem de Phileas Fogg no romance A volta do mundo em 80 dias, de Jules Verne, para verificar a centralidade, para justificar o projeto imperialista, da imagem do resgate das viúvas condenadas. Hoje, a figura se repete na propaganda de guerra norte-americana sobre o Iraque e o Afeganistão, passando pelo Irã, pois as mulheres de burca e véu são consideradas vítimas a serem resgatadas pela cultura ocidental. Mas Spivak não quer fazer denúncias ou propor modelos de correção. No final, coloca em cena uma voz delirante, na história de uma jovem lutadora pela independência indiana, que põe em cheque a resposta negativa à pergunta do título, enquanto retoma a dificuldade que a subalterna seja ouvida por nós.

Ler Pode o subalterno falar? lembra tempos em que a discussão teórica parecia muito reveladora e os grandes autores eram menos mestres, mais pensadores. Talvez a dificuldade e o proveito da leitura de Spivak, em um momento em que o subalterno parece estar falando por toda a mídia e parece falar por si, ajudem a ressuscitar a crítica à mediação do intelectual e das representações do popular.

*Professora da Escola de Comunicação da UFRJ e autora de Aqui ninguém é branco (Aeroplano).